D&D 4th = Video Game de papel? (Parte 1)

Já tem um bom tempo que ando ouvindo isso, principalmente por jogadores de 3.x meio recalcados com a mudança de edição, e ando pensando nas motivações de tal afirmação. Os principais argumentos parecem envolver os seguintes pontos: os poderes, os healings surges (ou surtos de cura, como preferir), o combate de matriz, os papéis definidos, entre outros. Parecem bons argumentos a primeira vista, mas quando postos em contexto com as edições anteriores, logo se vê que nesses pontos existem mais semelhanças do que diferenças.

1- Os Poderes: na 4th edição, cada classe possui diferentes habilidades, chamadas poderes, que funcionam como as manobras ou magias que um personagem tem direito. Isso nada mais é do que uma forma de sistematizar mais o conceito das características de classe. Na 3.x edição, o druida possuia uma habilidade chamada forma selvagem, que o permitia trasformar-se em animais de tamanho pequeno ou médio. Agora, essa habilidade é um poder chamada wild shape, que é muito parecida. Muitos dos talentos do guerreiro foram transformados em poderes do mesmo (e de outras classes marciais), o que traduziu a preferência desses talentos por parte do guerreiro, o único que recebia um benefício concreto com eles. As magias, um dos pontos mais criticados, na verdade só aumentaram seus usos dentro de um encontro, com restrições estabelecidas pelo poderio e utilidade da mesma. Os magos, em fato, se tornaram personagens mais úteis e característicos em níveis baixos, pois podem utilizar a habilidade que os definem (no caso, magias), mais frequentemente. Mas ainda precisam da proteção de seu amigo guerreiro para serem eficientes (veja papéis). Essas "listas de habilidades" sempre existiram no d&d, sejam elas magias por dia ou a capacidade de atacar duas vezes por rodada ou causar mais dano em humanóides monstruosos (para quem lembra do AD&D 1 edição). Por isso, na verdade os poderes são apenas uma nomenclatura diferente para funções que já existiam em todas as edições do jogo.