quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Como estimular o Roleplay do grupo sem suborná-los com XP

Recentemente, eu li uma discussão no Orkut sobre os previews do Guia do Mestre 2 (a ser lançado em inglês nesse mês). Diz-se que no livro aparecerão recompensas em xp por interpretação, algo que muitos jogadores reivindicam a tempos no jogo. Desde sempre esse tipo de recompensa ficava totalmente ao bel prazer do mestre da masmorra, que podia criar uma regra para ele ou não. Contudo, um dos participantes levantou uma questão que eu concordo plenamente. Se a princípio muitos mestres gostariam que seus jogadores se dedicassem mais a história e personalidade do seu boneco em detrimento da eterna busca do “bônus perdido”, ou a mentalidade overpower, recompensar com mais poder atos interpretativos voltaria no final ao problema inicial. O que fazer então para promover entre seus jogadores a interpretação e descrição animada das ações e palavras de seus personagens?

O que apresento agora é uma solução que costumo usar em meus jogos de 4th edição depois que olhei com atenção uma regrinha muito bacana na página 42, sob o título “Ações que as regras não cobrem”. Na tabela que acompanha essa tópico, é dada três tipos diferentes de dificuldade, proporcionais ao nível do personagem envolvido. A princípio, um mestre da masmorra típico usaria a lógica e estipularia a dificuldade baseada na sua avaliação da ação intentada. Ações simples teriam uma dificuldade fácil e ações complexas seriam difíceis de realizar. Mas esse mestre estaria desperdiçando uma oportunidade única. Baseie a dificuldade da ação com relação a qauntidade de descrição e criatividade dela.
É bem simples. Vamos usar como exemplo um grupo de heróis procurando uma passagem secreta dentro da masmorra. O jogador do Zé diz que vai procurar passagens secretas na sala e agarra o d20 para rolar a sua Percepção. Um segundo jogador, diz ao mestre que ele tem quase certeza que num dos quadros da sala pode existir o mecanismo escondido. Já um terceiro jogador, diz ao mestre que ele vai procurar no único quadro onde não contenha a figura de um dragão vermelho (esse jogador estava prestando a atenção nas dicas dadas pelo mestre até então) e ele vai tentar apertá-lo ou movê-lo para os lados. Baseado na descrição dada, o mestre estipula uma dificuldade para cada um dos jogadores: o primeiro tem um teste difícil, o segundo moderado ou fácil (dependendo de haver ou não algo ali) e o terceiro deveria encontrar automaticamente o mecanismo se ele existir ou ter uma dificuldade fácil para encontrar se for de outra maneira. Pronto, de repente seus jogadores estarão fazendo de tudo para lhe dar descrições vívidas e detalhadas sobre suas ações sem eles se tornarem nem um pingo mais poderosos no processo. Eles só terão a sorte (mestre) ao seu lado. O mesmo pode ser extendido a tentativas de blefar, diplomacia, intimidar e até ações puramente físicas (uma outra forma de encarar esses testes puramente sociais será publicada num futuro post, que muda em muito a dinâmica do jogo. Continue acompanhando). Para ações combativas, um singelo bônus de +2 como descrito nessa mesma regra seria uma forma de estimular a  mesma coisa (só não recomendo abusar dessa regra por que senão o jogo pode travar por descrições enfadonhas e longas sobre um mero brandir de espada). Procure dar esse bônus para os jogadores que descreverem com criatividade e inovação um poder “batido”, ou criem uma proeza na cena.
Para finalizar, é imprencindível que o mestre da masmorra deixe bem claro para seus jogadores o tipo de avaliação que está sendo feita de suas ações. E principalmente, caso algum jogador esteja se sentindo desfavorecido por ela, não abusar na sua aplicação. Explique que você não irá obriga ninguém a ser um escritor genial ou um ator imponente. Aqueles que quiserem continuar jogando estritamente com termos de jogo como linguajar não serão penalizadas por isso, e que são estimuladas a “combar” seus bonecos para mitigar a dificuldade maior. Mas é provável que até mesmo o mais obtuso de seus jogadores se comova e acabe buscando se interessar mais pelo que o mestre tanto descreve, contribuindo para a diversão de todos.
Bom essa era a dica que eu tinha para compartilhar. Espero que ajude suas aventuras a terem mais cor e diversão. Até o próximo post.

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