segunda-feira, 30 de julho de 2012

Reimaginando classes: Guerreiro (Warrior) – estágio inicial

2707e826297dcc698e4d4f406ca51b8cNo meu último post, explicitei meu desejo de criar uma variante do D&D, diferente o suficiente para ser relevante e que atendesse minhas exigentes demandas e influências. Até anunciei que tinha alguma coisa no forno. Pois bem, para evitar ficar só no lero-lero e finalmente mostrar algo palpável, apresento aqui meu esqueleto atual na reimaginação das classes. Apresento-lhes, a minha reimaginação do Guerreiro!

Antes de começar, vou estabelecer alguns parâmetros da minha variação. Meu primeiro objetivo de rescrever o guerreiro resvala no desejo de torná-lo a referência do sistema cooperativo em relação ao combate. Recapitulando, sou da opinião que as atividades mais básicos do grupo inventado pelo D&D são: combate, magias, habilidades especiais. Esse guerreiro vem a ser a epítome do avanço nas artes da guerra, e nenhuma variação de outra classe (que não seja o próprio guerreiro), pode se equiparar em termos de perícia marcial. Segundo, como se trata de um rascunho ainda, e depender do outros mecanismos que ainda não estão amadurecidos, vou apresentar em termos gerias, não mecânicos, o que tenho em mente. Terceiro, sendo a classe base da guerra, subclasses que tratam de outro tema podem ser acrescidas ao longo do tempo. Exemplos que posso adiantar são o bárbaro e o cruzado. Finalmente, na questão da cura, em quarto lugar, pretendo dividir de maneira clara os PVs ou HDs como uma camada de “gordura”, facilmente perdida e curada, representando o “quê” de mágico, nível, sorte e favor, do golpe fatal que causa ferimento físico, esse só recuperado através do longo descanso ou magia. Não pretendo recriar o sistema de pontos de ferimento, wound points, ou o que o valha. Estou buscando inspiração no mentalidade de dano do Готический_доспехChainmail original. Se essa inspiração irá sobreviver e se materializar só o tempo dirá.

A princípio, os guerreiros sabem usar todas as armas de guerra comuns para sua cultura e tem facilidade em aprender as exóticas. Para isso, precisam de tempo e talvez um professor, podendo verificar após se adicionam a arma ao seu repertório. Aliás, o repertório de guerra do guerreiro pode ser importante para se acompanhar ou não, dependendo da campanha e do DM.

 

Estou comtemplando a ideia de voltar à concepção do Chainmail e do 0D&D de que todas as armas tem a mesma chance de causar a morte do inimigo, podendo ser diferentes na facilidade ou dificuldade de atingí-lo apesar da proteção. Certas armas teriam vantagem para penetrar certas armaduras e desvantagens em outras. Os mais observadores notarão que esse sistema busca implementar de alguma maneira o conceito apresentado no D&D next e discutido em outro post. A ideia ainda está maturando, contudo, e provavelmente sofrerá uma reforma considerável.

Uma das habilidades importantes dos guerreiros é seu domínio de batalha. Com a graça mortal de um artista, a cada inimigo abatido o guerreiro se aproxima mais de terminar o combate. Em termos práticos, a cada inimigo abatido o guerreiro ganha um ataque extra, podendo ser usado em ataques corpo-a-corpo e com armas de arremesso “a mão”. Estou tentado a permitir esse ataque extra para cada nível –1. Isso significa que o guerreiro de nível 1 não tem direito a essa ataque extra. (baseada no talento do 3.x trespassar e em regra parecida de ACKS)

Outra habilidade de interesse dos guerreiros é seu treinamento especial. Após um determinado tempo treinando táticas de combate especializada, com ajuda de instrutores ou sozinho (mais tempo), o guerreiro conquistou um nível de maestria invejável. Todos essas habilidades tem um descritor que corresponde a uma técnica de combate. Exemplos: cavaleiro (horseman) – combate montado; atirador (marksman) – arcos e bestas; berzerker (idem) – fúria cega induzida; mirmidão (myrmidon) – estilos de combate corporal (entre uma lista); soldado (soldier) – combate em coorte, escaramuçador (skirmisher) – armas de arremesso e fundas, armígero (armiger) – uso de armadura e escudo; entre outras.

O diferencial é que pretendo vincular o treinamento especial às condições de campanha. Não basta ter nível para pegar, deve-se gastar tesouro, tempo e ter aptidão para o negócio. Como o mago precisa aprender a magia para lança-la, o guerreiro também irá precisar se dedicar para alcançar esse estágio de excelência. Assim, é possível ter um guerreiro de nível alto que não possui essa capacidade, apesar de possivelmente ter potencial em algumas delas. Alguns guerreiros são competentes mas medíocres em relação as habilidades especiais. Contudo, os personagens jogadores devem ter mais facilidade no acesso a essas habilidades. Ainda em cima do muro nisso. Talvez permitir que os PDJs tenham alguma habilidade garantida e deixar a hipótese aberta de que nem todos os PDMs guerreiros as possuirão. Evitar aquela história de combatente npc.

Quanto aos atributos, manter a Força ou equivalente como atributo principal, mas de certa forma favorecer o Carisma ou equivalente como atributo secundário. Promover a ideia que a guerra favorece os comandantes fortes. Carisma representaria de maneira firme a liderança e autoridade do personagem, e não representaria de forma relevante sua capacidade social. Isso eu quero que seja influenciado pela interpretação do jogador e rolagens aleatórias em tabelas de reação. Liderança também seria uma das fontes de recuperação de pontos de vida.  Como quero estabelecer essa distinção entre “vontade de continuar lutando” e ferimentos físicos, o tema levantado pelo D&D quarta edição seria uma inspiração importante. Claro, buscaria definir bem o que se está dizendo com o termo cura.

Não pretendo, inicialmente, ter qualquer forma de Constituição que altere os pontos de vida ou dados de vida. Quero sim manter alguma faceta de fortitude ou resistência física, talvez não fazendo essa distinção entre força de vontade mental e força de vontade corporal tão explícita. Neste entendimento, o personagem determinado suportaria vários tipos de situações extremas para o corpo e mente com uma única característica. O que ele não teria nessa mesma habilidade é discernimento para não ter suas percepções enganadas.

Bom, até o momento, o apresentável é isso. Tenho feito o possível para realizar bem meu brainstorming,colocando as ideias no papel e depois vendo se são aplicáveis. Meu post anterior revela muito bem a temática que tem servido de fonte para essas mudanças, e conto com os leitores do blog para apresentar dúvidas, críticas e sugestões. Estou cometendo uma “blasfêmia” em alguma posição, ou tem algo interessante nisso tudo? Deixe seu comentário abaixo.

2 comentários:

  1. Até agora gostei muito do que vi Paulo. A ideia do ataque extra é interessantíssima, acho que dar uma olhada no senhor da guerra da 4ed. ajudaria em relação a liderança em combates e assistência ao grupo também. Estou curioso para ver como ficará sua divisão entre "vitalidade real" e "vitalidade heroica"

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    1. Obrigado pelo apoio Álvaro
      Tenho tentado mostrar minhas inspirações sempre onde são importantes. Não estou tentando reinventar a roda aqui rs
      Conheço o Warlord, Senhor da Guerra, e era uma das classes com concepção mais legal do 4th. Como já falei outras vezes, não sou "xiita" (aliás, não os xiitas são) a ponto de ter minhas preferências e condenar as dos demais. Reconheço que o 4th possuiu várias boas ideias que merecem uma olhada mais longa.
      A questão do PV estou buscando inspiração no proprio Chainmail e vendo o que poderia ter sido feito diferente. Os pvs como conhecemos foram uma opção de design der Gary e Arneson, de acordo com suas preferências. Oras, se ver que minha concepção torna as coisas complexas demais volto ao original.
      Grande abraço.

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